É importante que se continue a cuidar da imagem do país no estrangeiro para atrair turistas.
Quem o diz é a Secretária de Estado do Turismo, Rita Marques, que está convicta que os destinos de interior serão cada vez mais um escolha:
“52% dos Europeus planeavam viajar nos próximos seis meses. Por isso, é muito importante continuar a cuidar da nossa imagem no exterior, trabalhando continuamente a promoção internacional, até porque acreditamos que este novo turismo dará, com certeza, um contributo muito importante para os territórios do interior.
Sabemos que a pandemia trouxe uma vontade imensa para viajar, em busca de maiores níveis de liberdade, procurando destinos mais recônditos, onde as preocupações sanitárias podem ser vividas com maior tranquilidade. Como tal, estou convencida que esta procura pelo campo, pela ruralidade e pela proximidade com a natureza irá agudizar-se e Portugal estará na linha da frente.”
Para isso, o presidente da Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, defende que é necessário apostar no meio rural:
“É necessário apostar mais no meio rural, reinventar a interioridade e implementar novas atividades, sempre com a preocupação de gerar emprego e riqueza. Em simultâneo, manter o dinamismo da paisagem rural, preservar as tradições, os hábitos e os costumes seculares que estão patentes nas artes artesanais, por exemplo, mas também nas festas, nas romarias, no património edificado, na memória coletiva das suas gentes, tendo em vista a melhoria das condições de vida para que as pessoas não se sintam tentadas a abandonar o território.”
Declarações à margem da conferência online Turismo, Agricultura e Valorização do Interior, promovida pelo município de Macedo de Cavaleiros, com o objetivo de analisar as potencialidades do território.
No que toca à agricultura, há, nos dias de hoje, novos desafios, apontou a Secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira:
“Hoje temos de olhar para a agricultura num eixo que tem de ir desde a questão do clima à disponibilidade da água, eficiência energética e aos alimentos, que são o fim da cadeia e devem ser sempre de excelente qualidade e o mais saudáveis possível.
Isto tem de estar orientado para o cumprimento daquilo que são hoje os desafios globais da Europa e de Portugal, no que diz respeito à transição climática e energética.
É muito importante fomentar o equilíbrio entre o escalonamento produtivo necessário à internacionalização também dos nossos bens alimentares, assim como apostar nas cadeias curtas e de distribuição, que também têm evidentes efeitos nesta neutralidade carbónica. “
E se olharmos para os produtos qualificados, dentro da região Norte, a maioria são transmontanos e o concelho de Macedo de Cavaleiros assume aqui uma posição de destaque, revelou a Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves:
“O Norte é a região que a nível nacional se destaca pelo número de produtos DOP e IGP que hoje tem. Estamos a falar de 49 produtos que o norte tem estas qualificações, dos quais 35 estão em Trás-os-Montes.
Macedo de Cavaleiros é o território que, no Norte, coincide com mais áreas geográficas destes produtos qualificados, chegando a abranger cerca de 20 .”
Algumas das conclusões retiradas da conferência online que surgiu como uma forma de compensar a não realização este ano do Seminário de Turismo Internacional, inserido na Feira da Caça e Turismo, como refere o presidente da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues:
“Foi um webinar muito bem organizado, muito bem participado, com excelentes intervenientes num painel muito rico. O nível de audiência também foi muito agradável.
Não tivemos o Seminário de Turismo Internacional da Feira da Caça mas tivemos um webinar que lhe fez justiça.”
Do painel fizeram ainda parte Francisco Sarmento, especialista sénior da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, e a geóloga Joana Rodrigues, do Geopark Naturtejo.
Escrito por ONDA LIVRE