Para que o setor empresarial comece a recuperar da crise, era importante que no verão já pudesse estar a funcionar em pleno.
Quem o diz é o presidente da Associação Empresarial do Distrito de Bragança, Hélder Teixeira:
“Neste momento penso que os que mais estão a sofrer com os efeitos da pandemia, perdendo mais dinheiro, são os restaurantes, os serviços das pequenas lojas e os que vivem do turismo. A estes seguem-se aquelas empresas que já tinham algumas dificuldades financeiras e que, ao fechar, agravaram-nas, devido também aos empréstimos que tinham. A maior parte teve algumas dificuldades nas entregas.
O bom seria que conseguíssemos passar este verão já a trabalhar em conduções normais, em termos de turismo, restauração e serviços, para que a época pudesse ser aproveitada para refazer a retoma das atividades.”
Para ele, mesmo depois de retomarem a atividade, os empresários devem mantém os sistemas de venda online, que implementaram durante o período de confinamento:
“O mais importante era que as empresas conseguissem abrir e pudessem começar a trabalhar. A partir daí, podemos aproveitar aquilo que aprendemos agoracom a implementação do comércio eletrónico e vendas online. Deve ser aproveitada e melhorada a logística já existente, de forma a que consigamos, em conjunto, individualmente, e até através das câmaras municipais e associações, propagar os nossos produtos a nível nacional e internacional, de forma a que comecemos a passar esta crise.”
Uma das soluções defendida pelo presidente Associação Comercial, Industrial e Serviços de Macedo de Cavaleiros, Paulo Moreira, para ajudar o comércio a recuperar da crise, é a criação de uma rede entre diversos municípios e entidades que ajude a projetar os produtos a nível internacional:
“Esta rede facilitaria, não só a divulgação dos produtos numa plataforma com outra dimensão e outro impacto, mas também a projetar os produtos e a dar-lhes mais força.
Precisamos ter um proveito do consumo fora de Portugal, exportando alguns produtos que, muitas vezes, não têm essa possibilidade.
Se for bem trabalhada e estruturada, esta rede pode ser interessante, em conjunto com as associações empresariais, municípios e CIMs.”
No entanto, defende que a promoção seja feita tendo em conta os produtos de cada região:
“Muitas das vezes, os produtos da nossa região não podem estar misturados com produtos a nível nacional pois têm características diferentes, as próprias regiões têm outras geografias, e traduzi-los em um só acaba por desvalorizá-los a todos. Por isso, mais vale serem poucos.
No nosso caso temos, por exemplo, castanha, azeite e enchidos de qualidade, e mesmo toda a parte da Rede Natura, no que diz respeito ao turismo natureza que também é de qualidade, e reúnem-se aqui todas as condições para proporcionar visitas a pessoas estrangeiras, essencialmente, pois são estes que precisamos receber para que consumam os nossos produtos.”
Soluções para ajudar a alavancar o comércio defendidas à margem da 10ª conferência da iniciativa Portugal que Faz, promovida pelo Novo Banco e pelo Global Media Group, numa edição dedicada a Trás-os-Montes, Alto Tâmega e Douro, com o objetivo de debater os desafios que a região enfrenta no atual contexto de pandemia.
Escrito por ONDA LIVRE