Apesar de a campanha ainda estar a decorrer, é previsível que em relação ao ano passado vai haver mais amêndoa na região. Além de ter sido um bom ano para a produção deste fruto seco, já começa a ser também visível o efeito do aumento das plantações, até porque os novos amendoais têm um rendimento unitário maior.
Segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, a produtividade aumentou de 604 quilos para 725 por hectare, o valor mais elevado das últimas duas décadas.
Segundo Rui Tranchete, vice-presidente da Amendoacoop, organização de produtores de frutos de casca rija, com sede em Torre de Moncorvo, num ano normal recebem cerca de 600 toneladas, mas o ano passado os valores estiveram bem abaixo desse valor. Em 2021, esperam um aumento:
“Em determinadas situações entre a floração e o vingamento houve casos pontuais em que houve determinadas quebras em variedades mais precoces. Mas estamos a perspectivar um aumento de produção em relação ao ano anterior.”
Armando Pacheco da LCN-Cooperativa dos Lavradores do Centro e Norte, sediada em Mogadouro, adianta que esperam chegar às mil toneladas recolhidas este ano, um aumento em relação às cerca de 600 toneladas do ano passado:
“Pelo que os cooperantes nos têm dito, de certeza que vamos aumentar a quantidade. O que se deve também ao facto de as novas plantações começarem agora a entrar em produção.”
Na última década, a área de amendoal em Portugal mais do que duplicou. Trás-os-Montes não fugiu à regra e o crescimento foi de 51%, entre 2009 e 2019.
Dos cerca de 49 mil hectares de amendoal a nível nacional, mais de 25,5 mil hectares situavam-se em Trás-os-Montes e Alto Douro, que continua a ser a maior região produtora de amêndoa no país.
No caso da Cooperativa Agrícola de Alfândega da Fé, que tem uma produção própria com cerca de 40 hectares, com alguns dos novos pomares a começar a produzir, também se espera que haja mais amêndoa este ano, explica o membro da direcção Mário Lopes:
“Estimamos que a produção seja bastante superior àquela que se verificou no ano anterior, e que o preço também seja superior. Esperamos que, em termos de volume de amêndoa, a produção quase duplique em relação ao ano anterior.”
Apesar do crescimento da produção, não se prevê que tal faça descer o preço pago pelo grão de amêndoa, houve até um aumento de 25% do valor em relação ao ano transacto.
Este ano o preço varia entre os 3,20 e os 4,50 euros por quilo de amêndoa moderna molar, já para a amêndoa biológica ronda os 8 euros por quilo.
INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)