Passagem de ano sem discotecas e bares mas com alternativas para quem não quiser ficar em casa

Se os tempos fossem normais, a noite de hoje seria marcada por grandes festas para mandar embora o ano velho e dar as boas vindas ao novo.

No entanto, com o objetivo de evitar mais contágios por Covid-19, o Governo determinou o encerramento de bares e discotecas, espaços de excelência para essas comemorações.

Alberto Cabral, vice-presidente da Associação de Discotecas Nacional, fala de uma medida discriminatória e anunciada com pouca antecedência:

“É um decreto um pouco surreal, a discriminar as discotecas, sabendo que deixa uma porta aberta para se fazerem festas ilegais, nos casinos, nos hotéis, em quintas.

Aquilo que o Governo fez foi tirar os nossos clientes de uma panela e pô-los no fogo.
Há um mês atrás tivemos uma reunião com o Governo que nos garantiu que não iria impor mais restrições até ao final do ano. Foi uma reunião presencial com o Secretário de Estado na qual eu disse que se fosse para fechar na passagem de ano, precisamos de ser avisados com alguma antecedência, pois não iríamos fechar em cima do acontecimento com as despesas já feitas.
Mais uma vez o Governo foi infantil ao nos dizer para fechar a quatro dias do Natal, numa altura em que já tínhamos tudo preparado para abrir.
Não estamos contentes com isso mas vamos respeitar.”

Quanto aos apoios do Estado, Alberto Cabral diz serem insuficientes:

“Já começa a ser chacota os apoios que o Governo nos dá porque são não apoios e servem simplesmente para pagar alguns impostos e manter as empresas à tona. Ao bolso do empresário não chega dinheiro nenhum.

O ano passado, 11 meses depois chegou-nos um apoio através do programa APOIAR. Mas quando esse dinheiro chegou, nem para rendas de estabelecimentos deu para pagar, quanto mais para o empresário.”

Uma proibição que para alguns empresários do ramo, que nos últimos meses têm conseguido trabalhar com as regras determinadas pela DGS, não faz sentido, principalmente numa das melhores épocas festivas para o setor.

É o caso de Carole Batista, gerente de uma danceteria em Macedo de Cavaleiros:

“É muito complicado porque a passagem de ano é quando uma pessoa ainda faz mais algum dinheiro, acho que podíamos continuar a trabalhar da maneira que, eu falo por mim, estávamos a fazer.

Só com teste negativo, feito pelos laboratórios das farmácias, é que as pessoas podiam entrar, acho que não havia perigo nenhum, mas acharam que estávamos a trabalhar errado e fecharam-nos.

Estive com a porta aberta durante quase quatro meses e não houve nenhum caso positivo aqui.

Já vamos para o segundo ano consecutivo e não é fácil, porque as despesas continuam e as ajudas não são nenhumas.

Está a ser muito complicado.”

Ainda assim, quem quiser entrar em festa no novo ano, encontra onde o fazer, tendo embora que respeitar as regras impostas pelas autoridades de saúde.

Um dos exemplos é o café de Rui Pacheco, em Macedo de Cavaleiros, onde programa para o Réveillon já está preparado e as reservas têm sido muitas:

“Este ano vamos optar por fazer uma noite de gala.

Todas as pessoas já foram devidamente identificadas, fizeram reserva, têm de vir com teste negativo e vamos ter uma enfermeira, das 00h30 até à 1h30 para fazer os testes a quem não tiver.

Vamos tentar fazer uma passagem de ano, não nos moldes habituais, com muita festa, mas sim com lotação limitada.

Vamos servir o caldo verde e um buffet.

A adesão tem sido muito boa, estamos quase com lotação esgotada, os jovens estão a aderir com grande afluência mas, acima de tudo, com responsabilidade, e esperemos que tudo corra bem.”

Também no restaurante de Filipe Pinto, na Albufeira do Azibo, já está tudo a postos para a passagem de ano.

Além do jantar, há outras atividades para  bem receber 2022:

“Solicitamos aos nossos clientes que tragam o teste PCR e, caso não tenham, que façam um auto-teste antes de entrarem.

Temos uma ceia pela noite dentro, em regime de bar aberto, animação, mais tarde teremos um buffet e à meia-noite o corte do bolo, o primeiro de 2022, que será acompanhado do espumante para fazer o brinde com fogo de artifício, música ao vivo e Dj.

Este evento requer reservas.”

Algumas alternativas possíveis para quem esta noite não quiser esperar pelas doze badaladas em casa, lembrando que é obrigatório apresentar teste negativo para entrar em restaurantes, casinos e festas, e na via pública está proibido o consumo de álcool e os ajuntamentos de mais de 10 pessoas.

Escrito por ONDA LIVRE