O repto já tinha sido deixado o ano passado pelo presidente da Associação de Defesa do Património “Terras Quentes” ao autarca de Macedo, durante as Jornadas da Primavera.
A confirmação chegou agora e a estrutura vai nascer de uma parceria entre as duas entidades, que já cooperam no funcionamento de outros dois museus.
O espólio resulta do trabalho de investigação desenvolvido pela associação, que em mais de 50 anos permitiu recolher para cima de 200 peças, explica o presidente, Carlos Mendes:
“A Associação Terras Quentes é a única entidade deste país que tem uma coleção notável de armamento utilizados pelos templários e na época da fundação de Portugal.
Estas peças são de várias regiões.
Nós temos, por exemplo, o primeiro escudo do século XIII existente no mundo até, se calhar, e que neste momento está em restauro na oficina.
É evidente que há peças que não existem e temos de fazer réplicas, através do conhecimento que temos de armaria portuguesa.
O que nos interessa é ilustrar tudo aquilo que se utilizava naquela época e no início da fundação do país.
Esperamos fazer já uma amostra pequena de meia dúzia de peças nas nossas Jornadas da Primavera.”
A Ordem dos Templários teve uma presença forte no Nordeste Transmontano, daí fazer sentido que o museu fique localizado nestas terras:
“Os templários estavam aqui em força.
Descobrimos uma carta de doação do Castelo de Balsemão. Já nos precavemos e registamos o nome Museu dos Templários para Macedo de Cavaleiros. Portanto, mas ninguém neste país poderá utilizá-lo.
Tivemos assédio de muitas autarquias para levar todo este espólio para outros locais mas entendemos que deveríamos reescrever a história deste país e assim levantar um pouco a auto-estima dos transmontanos, que bem necessitam e estão esquecidos do poder central.
Falar em templários não é algo de interesse só regional nem nacional, é internacional.
De facto conseguimos levantar tudo aquilo que foi a presença templária aqui no concelho e não só.”
O presidente da autarquia de Macedo de Cavaleiros, Benjamim Rodrigues, espera que a abertura deste museu na cidade desperte interesse de turistas nacionais e internacionais:
“Estamos a falar de uma ordem internacional com uma implantação em toda a Europa e inclusive no Médio Oriente e Mediterrâneo, portanto, teremos aqui certamente pessoas interessadas em conhecer a história templária e, neste caso, a sua instalação aqui no território de Trás-os-Montes.”
O museu vai ficar sediado na atual sede do Geopark Terras de Cavaleiros, no edifício do Centro Cultural, esta última que vai passar para a antiga Estação Ferroviária, recentemente reabilitado.
No entanto, o objetivo é, mais tarde, acolher todos os museus da cidade no mesmo edifício.
O projeto já existe mas falta financiamento:
“Trata-se de um grande espaço museológico que seria uma marca para a região. É um espaço moderno que teria várias salas adaptadas ao conteúdo de outros museus, isto no sentido de fazer uma melhor gestão de espólio, espaço e recursos humanos.
Existe projeto, não existe é financiamento.
Esperemos que nestes novos fundos comunitários que aí vêm, eventualmente no PRR, previsão para espaços culturais.
Inicialmente tínhamos pensado num espaço contíguo ao centro cultural, na zona relvada.
Fazia sentido ter ali um espaço museológico já com dimensão de grande cidade.”
Está previsto que a abertura do museu aconteça até ao final do próximo verão.
Escrito por ONDA LIVRE
Algumas peças que vão para o museu: