Jesus Cristo ressuscitou, Aleluia!
A bênção de Jesus Cristo ressuscitado desça sobre esta casa e família, Aleluia!
A bênção que já não se ouvia há dois anos e que agora teve permissão para voltar a ser proferida nas casas das famílias cristãs que abriram portas à Visita Pascal.
A suspensão do rito deveu-se à pandemia, e apesar de estar de volta, conta ainda com algumas limitações, como explica o padre João Carlos, da Unidade Pastoral da Divina Misericórdia de Macedo de Cavaleiros:
“Não há o beijo da cruz e ao invés disso fazemos uma inclinação como gesto de reverência. Outras pessoas tocam na cruz.
Entramos de máscara na casa das pessoas.”
Na freguesia de Macedo de Cavaleiros, a visita acontece sempre na segunda-feira a seguir à Páscoa.
Ao longo do dia, 11 equipas visitam cerca de 900 casas de famílias cristãs que, já sem medo e até com alguma expectativa, abriram as portas para receber o compasso:
“As pessoas estão a receber muito bem a visita, vê-se que há uma grande expectativa, é um anuncio de alegria e esperança que alegra as famílias, e vê-se que as pessoas estão muito recetivas, o que demonstra que realmente nestes dois anos faltou qualquer coisa na tradição, na casa e vida das pessoas.
Não sentimos que haja medo, antes pelo contrário, vejo até uma grande hospitalidade e abertura.”
Exemplo disso são Judite e Orlando Vila Franca, dois habitantes da aldeia de Travanca que confessam ter já saudades de viver a Páscoa como antigamente:
“É uma alegria grande recebermos as tradições que adquirimos dos nossos pais.
Sentimos falta da visita e se nos anos anteriores tivessem vindo também lhes teríamos aberto a porta.
A Páscoa já foi diferente das anteriores, um pouco mais alegre, com a família e os amigos que habitualmente vinham. Já fomos às celebrações religiosas, o que o ano passado não podíamos.”
A visita ou compasso Pascal é uma tradição Portuguesa que remonta ao tempo medieval e era um dos momentos mais esperados da celebração da Páscoa, no qual é feita a bênção e dada a beijar a cruz, e as famílias tê por hábito oferecer donativos pecuniários à paróquia.
Tem sobrevivido ao longo dos tempos, mas tem sofrido algumas modificações.
António Silva, que reside na freguesia de Macedo, recorda o que antigamente era diferente:
“Agora é muita mais fácil para quem vai fazer pois antes tinham de se deslocar sempre a pé, sem carros. Agora todos os rapazes que acompanham o sr. Padre são novos e dinâmicos.
Nos outros tempos eram dados ovos e cereais aos sacerdotes.”
Uma das práticas católicas que, devido à pandemia, esteve dois anos sem acontecer.
Escrito por ONDA LIVRE