Pais de crianças da escola de Podence continuam a pedir que o infantário não seja encerrado

 

Os pais dos alunos que frequentam o pré-escolar na aldeia de Podence, em Macedo de Cavaleiros, continuam a mover esforços para que a escola não encerre no próximo ano letivo.

Ontem estiveram presentes na Reunião de Câmara Mensal pública e dirigiram-se diretamente ao executivo, pedindo que a decisão de fechar o estabelecimento ainda seja revertida.

Uma destas mães é Denise João, que não entende porque as casas de banho contruídas no recinto da escola são vistas como um perigo para as crianças, visto que só estão abertas durante o Entrudo Chocalheiro:

“Vejo que agora o fecho da escola tem a ver com a falta de segurança proporcionada pelas escolas. As casa de banho só estão abertas durante os quatro dias do carnaval e durante o restante ano estão fechadas. Tanto é que quem nos visita pensa que aquelas casas de banho são para as crianças e os visitantes usam as do museu. Por isso aí não há falta de segurança.

Há crianças que com a vinda para a escola de Macedo vão ter de fazer mais 20 minutos de caminho.

Disseram aqui que colocaram janelas e fizeram obras nas escolas de Morais e Chacim, não entendo porque é que em Podence, durante o ano letivo que decorreu, não o fizeram.”

O presidente da União de Freguesias de Espadanedo, Edroso, Murçós e Soutelo Mourisco, David Martins, de onde são oriundas algumas das crianças que frequentam aquela escola, também esteve presente e solicitou que o Conselho Municipal de Educação volte a ser convocado para que ainda se evite o encerramento:

“Solicitava que o senhor presidente voltasse a convocar o Conselho Municipal de Educação pois na minha opinião eles deliberaram induzidos em erro e passo a dizer porquê.

As casa de banho estão fechadas ao público e são utilizadas as do Museu do Careto, a 50 metros do local. Os turistas não frequentam o recinto escolar porque a Oficina do Careto ainda não foi criada e não convivem com as crianças, visto a escola ter uma cerca e um portão que deverá estar sempre fechado. O tempo e a distância irão aumentar em mais de sete quilómetros diários, no mínimo.

As criança e os pais irão perder qualidade de vida, devido à hora de saída e chega das crianças e ao cansaço acumulado das viagens, superior a 50 km. A candidatura da DESTEQUE é conhecida desde 2017 e há um projeto no município onde a Oficina do Careto e a escola estariam separadas fisicamente e as entradas seriam autónomas.”

O presidente da autarquia de Macedo, Benjamim Rodrigues, respondeu que a decisão de encerrar a escola de Podence é irreversível mas comprometeu-se a reunir com os pais.

Deixou ainda saber que não está fora das hipóteses reabrir no futuro uma escola em outra aldeia para as crianças daquela zona do concelho:

“Num outro estabelecimento em uma outra aldeia que permitisse uma deslocação mais pequena, utilizando um espaço já existente. Vamos pensar nisso. Se houver justificação para o fazer é claro que o faremos, basta que haja alunos suficientes. Neste momento, pelo que disseram os pais, e ainda não tenho informações fidedignas, o número poderá até crescer, e se assim for já faz sentido.

No próximo ano letivo virão para Macedo.”

Os pedidos para que o infantário de Podence não encerre continuam a acontecer, agora com os pais a dirigirem-se diretamente ao executivo na Reunião de Câmara Mensal pública, este que, no entanto, diz que esta é já uma decisão irreversível.

Escrito por ONDA LIVRE