Foi ontem assinado o contrato de locação de 4300 contadores de água inteligentes que vão substituir os antigos na cidade de Macedo de Cavaleiros.
O investimento da autarquia nestes dispositivos, que permitem medir em tempo real o consumo de água doméstico, é de quase um milhão de euros, para doze anos, valor que o vice-presidente da Câmara Municipal de Macedo, Rui Vilarinho, não tem dúvidas que rapidamente vai ser compensado com a poupança que vai permitir fazer reduzindo as perdas de água:
“Garantidamente que sim. Até há bem pouco tempo estávamos na cauda da tabela dos municípios que mais água desperdiçam e espero que, por todos, consigamos reverter a situação.
Este tipo de equipamento/instrumento vai ajudar-nos muito a combater as perdas de água, faturada e não faturada.No caso da faturada, principalmente porque vai deixar de acontecer o que tem sido recorrente, que é as pessoas terem perdas, na ordem dos 300/400 metros cúbicos e nem se apercebem. Com estes contadores, logo no primeiro dia em que haja consumo de água anormal, é-nos enviado logo um alerta e nós sinalizaremos de imediato o munícipe para fazer a intervenção necessária dentro de casa. Neste caso falamos de água paga pelo munícipe.Este sistema vai ajudar-nos também a conseguir malhar a rede e percecionar se, em determinada zona, está a haver consumo a mais ou a menos, em função do datalogger que está atrás.Só monitorizando a rede desta forma é que conseguiremos ter a perceção exata do que se está a passar no nosso sistema de água.”
O projeto piloto já tinha iniciado com a substituição de alguns contadores e em metade das casas foram detetados problemas:
“Em metade das casas onde já foram substituídos conseguiu-se identificar fugas de água, oriundas do autoclismo ou até de torneiras.
Não era muitas mas, fazendo o somatório dos dias, ao fim do mês poupam-se alguns euros na fatura e há menos desperdício. É benéfico para todos.”
Depois de concluída a primeira fase de substituição, na cidade, que vai começar já e deve durar cerca de seis meses, será feita uma avaliação e a intenção é que os contadores comecem a ser instalados também nas aldeias.
O serviço é fornecido por uma empresa de telecomunicações de Aveiro e, para já, o caso de Macedo de Cavaleiros é pioneiro no país. E já há registo de resultados positivos, explica o administrador da empresa, Nuno Marques:
“Nesta altura, este tipo de tecnologia em Portugal está a ser usado mais como projetos piloto ou em áreas muito restritas.
O centro de um concelho complemente coberto é a primeira vez que se faz em Portugal, daí que o número seja mais elevado do que normalmente é.
A tecnologia rádio que suporta a telecontagem tem várias aplicações, muito ligadas a esta questão das smart cities, mas onde estamos a ver uma maior aplicação desta tecnologia é, exatamente, para a telecontagem de água.
Os resultado têm sido francamente bons. Com este sistema passa a ser possível saber, de hora a hora, quanta água estou a consumir. É muito mais transparente para o munícipe.
Isto serve para o controle pessoal dos gastos mas o grande ganho deste tipo de projetos é controlo das fugas.”
O contrato entre o município e a empresa é de 12 anos, que é também mais ou menos o tempo de vida útil de cada contador.
Depois disso, os dispositivos terão de ser substituídos:
“Porque os contadores são autónomos energeticamente, ou seja, têm uma bateria lá dentro que dura, mais ou menos, 15 anos, por isso temos aqui uma marquem do 12º para o 15º.
Provavelmente não há renovação porque haverá contadores a falhar. Por isso, provavelmente o que vai acontecer daqui a 12 anos é o município fazer outro contrato, connosco ou outra empresa, e até com uma tecnologia mais recente para a altura. Neste momento esta é a tecnologia mais avançada para fazer este tipo de contagem.
Ao fim de 12 anos, os contadores terão de ser substituídos pois a bateria morre, mais ou menos como acontece com os IPhone.”
Com a instalação destes contadores, o envio das leituras de consumo passa a ser automático, sem necessidade de contagem humana. A substituição não vai ter custos para o consumidor.
Escrito por ONDA LIVRE