A entidade existe desde 1992 e engloba cidades do Norte de Portugal e Galiza, com o objetivo de apoiar iniciativas que promovam a cooperação transfronteiriça.
A decisão foi tomada na última reunião assembleia municipal. O ponto já tinha sido levado à sessão de dezembro de 2019, mas o presidente acabou por retirar o ponto, para ser melhor analisado.
Agora voltou a fazer parte da ordem de trabalhos e foi aprovado.
Benjamim Rodrigues justifica que o investimento anual, que ronda os 10 mil e 500 euros, não trouxe qualquer retorno:
“Desde que estamos neste executivo, o que o Eixo Atlântico nos deu foi um défice de mais de 50 mil euros, investimento zero.
Já discutimos isto aqui várias vezes.
Todos os anos nos pedem uma quota de 10 500 euros, que servem para alimentar um governo que tem um presidente espanhol.
Não vejo benefício nenhum aqui no nosso município, nunca vi e desafio alguém que venha aqui dizer o que é que o Eixo Atlântico já trouxe, neste anos todos, a Macedo de Cavaleiros.
Quando propus devíamos ter assinado logo, porque ainda deitámos mais dinheiro fora.”
A posição do presidente não agradou a alguns deputados.
O PSD solicitou até ao Secretário-geral da Associação de Municípios Eixo Atlântico, Xoán Mao, um esclarecimento sobre o ponto de situação de Macedo de Cavaleiros na associação. Na impossibilidade de estar presente na reunião, respondeu por escrito, resposta que foi lida pelo deputado David Martins perante a assembleia, revelando uma participação pouco ativa do município de Macedo nas atividades da associação. O PSD ainda pediu que o ponto fosse novamente retirado, mas desta vez o pedido não foi aceite.
A deputada Maria José Moreno, do PSD, fala de uma “política de despromoção do concelho”:
“A política do executivo é de despromoção do concelho.
Digo despromoção quando por si próprio, este executivo, pretende autoexcluir-se, sair da maior e melhor liga do Noroeste Peninsular.
Provem-nos com documentos, merecemos saber qual a razão em concreto desta autoexclusão. Não conseguimos vislumbrar qualquer política deste executivo que coloque Macedo de Cavaleiros na primeira linha ou equiparado aos primeiros.
É de lamentar, pois o provérbio tem razão: junta-te aos grandes se queres ser como eles.”
A deputada Jacinta Lopes, do CDS, realçou a importância de haver relações com os municípios espanhóis, como por exemplo para a pretensão que a câmara tem de ligar Macedo de Cavaleiros – Gudiña:
“Até ao ano 2017, mais ou menos, Macedo sempre foi muito participativo nas diversas reuniões do Eixo Atlântico, nas diferentes áreas de trabalho. A câmara municipal deixou de participar.
Se não participamos e não temos iniciativa, é normal que não exista retorno.
Relembro aqui a pretensão, no âmbito do PRR, de ligar Macedo à Godiña, na Galiza. Nessa altura a ligação do município, com cidades e regiões de Espanha, eram fulcrais. Cada vez mais, nomeadamente a nível de projetos de infraestruturas, é necessária a colaboração e ligação com municípios do país vizinho.”
A saída de Macedo de Cavaleiros da Associação Eixo Atlântico do Noroeste Peninsular foi aprovada por maioria pela assembleia municipal com 12 votos contra e 13 abstenções.
Escrito por ONDA LIVRE