O ano agrícola está a ser fraco, no geral, mas houve produtos suficientes para vender na X Feira do Azeite e do Figo d0 Lombo, que aconteceu durante os dois dias do fim de semana naquela aldeia do concelho de Macedo de Cavaleiros.
Estiveram presentes 12 expositores, maioritariamente de produtos regionais.
Ilda Parada e Maria Cordeiro concordam que a quebra é grande e os figos são poucos este ano:
“Desde que a feira começou não faltei um ano e trago todo o tipo de produtos regionais.
Quanto aos figos, não há quase nada, estão muito em baixo, tanto no preço como na produção. Foi uma seca severa e o lavrador ressentiu-se muito com isso.
A próxima campanha de azeite, no meu parecer, vai ser regular, embora não contássemos com azeitona nenhuma. Eu até já tinha guardado azeite para o próximo ano mas acho que não vai ser preciso.”
“Trago produtos hortícolas e compotas, licores, pão, entre outros. Tudo produção minha.
Também tenho figos secos e azeite.
Este ano houve menos figos, o calibre é mais pequeno mas estão mais doces. A falta de chuva afetou a agricultura, na produtividade e calibre.
Nesta feira vende-se bem, tanto as pessoas da aldeia como as de fora aderem bastante.”
Mas não só de produtos alimentares se faz esta feira.
Por lá encontrámos quem seja estreante nestas lides. Maria Ricardo é natural do Lombo e desde que se reformou começou a dedicar-se à pintura, em vários tipos de materiais. E foram esses os artigos que resolveu levar para expor na feira da terra:
“Estando em casa deu-me para começar a fazer estas coisinhas, o que adoro.
Faço qualquer tipo de pintura como telas, telhas, as bolsinhas para bebés, os ninhos, e mais artigos.
É a primeira vez que participo nesta feira da minha aldeia. Costumo vender para pessoas conhecidas que me solicitam.
Estou a gostar da experiência. O que interessa é participar e gostar daquilo que faço.”
Esta é a 10ª edição da feira dedicada a dois dos produtos agrícolas mais importantes da aldeia do Lombo, o azeite porque se produz em grandes quantidades e o figo porque é tradicionalmente seco, utilizando o conhecimento que perdura dos mais antigos.
Um certame que vai além da mostra e venda de produtos, juntando várias atividades, que a organização quer continuar a diversificar, como refere o presidente da Junta de Freguesia do Lombo, Miguel Caseiro:
“É a 10ª edição e, por isso, já há uma diversidade de atividades que passa para além da área agrícola.
Nestes últimos dois anos temos dado alguma prioridade à área infantil, como foi exemplo o workshop de fotografia e criatividade que organizámos para crianças e famílias, em outros anos destacamos a área social, com outro tipo de formações e atividades.Tem de ser assim para conseguirmos atrair cada vez mais público à nossa feira, diversificado ainda mais as atividades para que as pessoas tenham mais motivos para nos visitar.Só assim poderemos continuar esta feira.”
Do programa constaram também uma montaria ao javali, uma sessão de música para bebés, um seminário sobre a “Pecuária na Terra Quente” e animação musical.
Escrito por ONDA LIVRE