Banco de Portugal está a investigar Caixa de Crédito Agrícola de Alto Douro

Banco de Portugal está a investigar Caixa de Crédito Agrícola de Alto Douro

O Banco de Portugal está a investigar a Caixa de Crédito Agrícola de Alto Douro, avançou o Público esta semana. Em causa estão denúncias feitas pelos associados. Esta instituição tem vindo a ser alvo de várias polémicas. Tudo começou em Dezembro de 2021, quando as eleições para a caixa decorreram num dos pontos da ordem de trabalhos da assembleia geral. A lista alternativa por considerar que devia acontecer numa assembleia própria interpôs uma providência cautelar em tribunal para suspender o acto eleitoral. Passou um ano e a situação ainda se arrasta na justiça, diz Mário Abreu Lima, mandatário da lista alternativa à da actual direcção:

“Estamos a aguardar que efetivamente exista julgamento, tanto da providência cautelar como do processo principal, que alegava as situações que nós consideramos como irregulares. Já estão marcadas e já fui notificado. Portanto, o julgamento da providência cautelar para o dia 30 deste mês e a primeira audição do processo principal no dia 9 de fevereiro. É uma situação que agora possa ser mais rápida”

Mário Abreu Lima admite que esta situação está a gerar instabilidade na Caixa de Crédito Agrícola do Alto Douro até porque, pelo que sabe, a situação financeira da instituição tem vindo agravar-se de ano para ano:

“Os resultados financeiros da caixa do presente ano, pelo que nos chega, não são brilhantes. O que nos chega é que são francamente piores que os resultados de exercícios anteriores. O que pronuncia à partida uma situação de preocupação, para a qual nós tínhamos alertado a própria assembleia geral, o ano passado.”

A lista alternativa queixa-se ainda que a administração lhes nega qualquer acesso a informação e que tem actos de perseguição e chantagem com os funcionários:

“Há claras indicações que determinado tipo de funcionários que são tidos em conta, gente próxima da nossa lista, estão a ser perseguidos com processos disciplinares, com suspensões de mandato e com transferências. Que não é naturalmente um ato que seja plausível e civilizado, dentro de qualquer estrutura e qualquer instituição. É claramente condenável.”

A Caixa de Crédito Agrícola de Alto Douro tem 14 mil associados de Bragança, Macedo de Cavaleiros, Vinhais, Sabrosa, Mirandela, Valpaços, Murça e Alijó. Sabe-se que um dos directores é suspeito de lavagem de dinheiro na Operação Miríade.

 

Foto: Crédito Agrícola

INFORMAÇÃO CIR (Rádio Brigantia)

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