Os criadores de gado estão a enfrentar uma doença vírica, que se chama Hemorrágica Epizoótica, em que um mosquito pica o animal, e este fica com lesões na mucosa oral, com espuma ou salivação e disfagia; respiração acelerada; são estes alguns dos sintomas que o animal têm quando fica intectado, como contextualiza Valter Raposo, secretário técnico da Associação de Criadores de Bovinos de Raça Mirandesa:
É uma doença vírica que é transmitida por um vetor, um mosquito, semelhante, à língua azul, que afeta bovino e cervídeos, veados e corsos. Surgiu na nossa zona, o ano passado, mais ou menos por esta altura no final do verão. Foi bastante complicado na zona de Miranda do Douro. E este ano, voltou a atacar, sobretudo na época de verão, quando há vetores, com mosquitos em abundância e em força voltou a surgir. O estado dos animais degrada-se, deixam de comer, começam a coxear, apresentam úlceras a nível da boca e das mucosas. A maioria recupera, mas uma recuperação muito difícil, ou então, degrada o estado de saúde do animal. Mas muitos têm morrido.
A doença foi conhecida o ano passado, no verão, no entanto este ano voltou a assolar os criadores. Para já as zonas mais afetadas são de Vinhais e de Bragança. Mas também sabemos da existência de casos em Valpaços.
Este ano está a predominar sobretudo na zona de Bragança e Vinhais, com mais casos que Miranda do Douro, apesar de aqui também haver bastante casos.
E por isso, Valter Raposo deixa algumas recomendações, como o uso de repelente:
Fala-se na prevenção, mas pode-se colocar repelente dos vetores, que não é 100% eficaz nem de longe, nem de perto. Também já existe vacina, embora não esteja homulgada para Portugal e a Direção de Alimentação, permite utiliza-la, embora não esteja permitida em Portugal. No entanto, a vacinação nesta altura não surte grande efeito. Talvez seja pior que estar a vacinar animais que supostamente já estão doentes, embora não o manifestem, mas que estão infetados, não é propriamente o mais indicado.
No ano passado, 70 explorações foram infetadas em Miranda do Douro e em Mogadouro.
Em julho de 2023, foi implementado o Plano de vigilância da Doença Hemorrágica Epizoótica dos bovinos (DHE), pela Direção-Geral de Alimentação e Veterinária.
Este ano, no sul do país, foram identificados 2 focos: um no distrito de Beja e outro no de Santarém.
Escrito por Rádio ONDA LIVRE