A produção de castanha avizinha-se boa. Quem o refere é Albino Bento, professor e investigador do IPB – Instituto Politécnico de Bragança. Sobretudo, se ainda chover nos próximos tempos, como esclarece:
Penso que poderá não ser um ano mau de castanha, antes pelo contrário. Choveu muito desde o outono, do ano passado, até ao final da primavera. Os castanheiros passaram, este verão, sem grande stresse hídrico. Um ou outro, situados em terrenos arenosos, com menos capacidade de retenção de água, aí notou-se algum stresse hídrico, mas muito limitado, contrariamente aquilo que acontecia em anos anteriores. Creio, que se agora, daqui para frente, chover alguma coisa, poderá ser um bom ano de castanha.
Já um dos principais inimigos dos produtores de castanhas, a vespa da galhas do castanheiro veio para ficar apesar do número mais baixo que se tem verificado:
Diria que a vespa entrou naquela fase de cruzeiro. A vespa não vai desaparecer mais, obviamente. O ano passado tivemos densidades mais baixas, não é que este ano tivéssemos densidades mais elevadas. Mas pontualidade, numa região ou outra, tivemos um ligeiro aumento de intensidade, comparativamente ao ano anterior. Mas isto é o que vai acontecer daqui para o futuro. A vespa veio, não é possível elimina-la. O que vai acontecer é que ela vai reduzir as populações até a um nível muito baixo, quando isto acontecer, o torymus sinensis que se alimenta de vespa, também vai morrer parte dele, porque não tem hospedeiro para se alimentar.
A esperança é realizar largadas frequentes de torymus sinensis para que haja a eliminação:
Isto vai ser um ciclo, como a serra de um serrote, ora sobe a densidade populacional da vespa, depois o parasítóide vai atrás, ou oura desce a vespa novamente. Penso que terá de acontecer sempre, se queremos que os níveis populacionais não subam para números muito altos, que é fazer sempre largadas de torymus sinensis, exclusivamente nos sítios, com vespa com maior quantidade e portanto, iremos sempre andar com este sistema.
Recorde-se que para além deste problema, os produtores temem que a produção seja também afetada pelo o fungo da podridão da castanha, isto porque as oscilações da temperatura e a chuva, sentidas no arranque do verão, proporcionaram o desenvolvimento este fungo.
Escrito por Rádio ONDA LIVRE