O escritor macedense A. M. Pires Cabral venceu o Grande Prémio de Poesia António Ramos Rosa da Associação Portuguesa de Escritores (APE) pelo livro “Na morte de Erato”.
O júri atribuiu deste prémio por unanimidade, e foi constituído por Helena Buescu, José Cândido Oliveira Martins e Ana Isabel Soares.
O escritor que nasceu na aldeia de Chacim, refere que este é mais um prémio, dos que ainda pretende arrecadar, quando na sua vasta carreira literária já conseguiu 12:
“Qualquer prémio que nos atribuam é sempre, digamos, uma homenagem que nos fazem e, portanto, é uma coisa que nos agrada. Agora, há prémios e prémios. Há prémios que são relativamente modestos e há outros que, de alguma forma, são prémios capitais, enfim, da nossa tradição literária em Portugal.
Portanto, pergunta-me como me sinto, sinto-me perfeitamente à vontade, mas também com muita vontade de conseguir mais alguns, daqui para a frente.”
E por isso descreve, a obra de poesia “Na morte de Erato”, que baliza os valores do passado e do presente, como acrescenta:
“Ora, bom, Erato, como provavelmente sabe e como o público provavelmente também saberá, era a musa da poesia, portanto aquela entidade que residia ao esforço poético e à produção poética.
E ela aqui funciona como que a consorte, isto é, a mulher de um poeta. E entre os dois há todas aquelas relações habituais entre marido e mulher, portanto as relações de acordo, de discordo, de discordância, enfim, é um pouco isso. O livro coloca-os em contacto com os valores poéticos do passado, comparados com os valores poéticos do presente. O poeta representa o poema, enfim, a poesia atual. Já Erato, representa a poesia antiga, digamos assim, a poesia a qual ela realmente dá o seu nome e empresta o seu nome.”
E como respondeu já tem mais obras pensadas e na gaveta, mas a próxima poderá chamar-se “A partilha do lume” e que poderá estar publicada já em outubro:
“Tenho já uma obra de poesia numa editora, que espero que seja publicada em outubro. Pelo menos é esta a esperança que tenho, e sei que realmente está a andar bem. Quando me perguntam se tenho algum livro, enfim, nos projetos, é uma pergunta ociosa, porque um escritor,que é verdadeiramente escritor tem sempre, um livro nos seus planos. E eu tenho não só um, como tenho, dois ou três, enfim, mas também já não tenho tempo para para os pôr todos cá fora, mas enfim, quando tiver um bocadinho de saúde, eu trabalharei e escreverei mais.”
A.M.Pires Cabral nasceu e viveu em Chacim, até um um e meio de vida, depois mudou-se para Macedo de Cavaleiros, onde o seu paí era farmacêutico. Atualmente vive em Vila Real.
Licenciou-se em Filologia Germânica, e para além de escritor e poeta, foi também professor. Também foi animador cultural e responsável pela participação de Vila Real no Projeto 5.2 do Conselho da Europa (“Políticas Culturais nas Cidades”) e coorganizador das Jornadas Camilianas de Vila Real. Conta já com uma vasta obra publicada, 83 entre contos, romances e a poesia.
O valor do prémio é 12 mil e 500 euros, e instituído pela APE e patrocinado pela Câmara Municipal de Faro e pela Fundação Millennium BCP.
Escrito por Rádio ONDA ONDA LIVRE
Jornalista: Maria João Canadas