A Câmara Municipal e o Centro de Saúde de Macedo de Cavaleiros são os dois edifícios que apresentam os piores acessos para cidadãos com necessidades especiais de mobilidade.
Esta é a conclusão a que se chegou durante um debate intitulado “Pensar a Acessibilidade para Todos Enquanto Exercício de Cidadania”, que decorreu no Centro Cultural de Macedo de Cavaleiros.
Pedro Morais, um cidadão portador de uma deficiência motora que o obriga à deslocação em cadeira de rodas, aponta algumas dificuldades com que se depara no seu dia-a-dia.
“Os acessos nas vias públicas e acessos a determinados edifícios. Conhecendo a cidade já sei os sítios em que não posso passar, embora eu tenha uma cadeira de todo terreno e não tenha muitas dificuldades a passar em qualquer sítio. Mas há alguns que não posso realmente passar porque o passeio é estreito demais. Pela estrada não posso ir por ser de sentido único e já me limita nesse aspeto”, explica.
Construção de rampas de acesso, melhoramento dos passeios e colocação de portas acessíveis a deficientes motores são algumas das sugestões feitas pelo grupo de trabalho, como sustenta, Carlos Areosa.
“No que toca os passeios pode-se fazer a correção dos lancis, rebaixando-os e criando rampas para as pessoas poderem atravessar as passadeiras. No caso das portas, são os responsáveis pelos estabelecimentos, nomeadamente do Centro de Saúde, neste caso o Ministério da Saúde, substituir aquelas portas por umas elétricas para que as pessoas não tenham obstáculos para aceder aos serviços”, sugere o munícipe.
Esta sessão para auscultar as reais necessidades dos cidadãos surge no âmbito da candidatura do Município de Macedo de Cavaleiros ao programa de acessibilidades, RAMPA.
Alexandra Serra, representante do projeto ISA – Inclusão Social pela Acessibilidade destaca alguns exemplos que tornam a cidade de Macedo desajustada na resposta à autonomia dos cidadãos com mobilidade reduzida.
“Todas as Câmaras que se candidataram ao programa RAMPA, ou seja que procuram melhorar as acessibilidades nos seus municípios puderam escolher esta possibilidade de fazer a auscultação à população, que é a valência do projeto que se chama Projeto ISA – Inclusão Social pela Acessibilidade.
As pessoas que estiveram aqui salientaram essa questão mais pertinente do que a intervenção nos edifícios, apesar das dificuldades que há na Câmara, no Mercado, nas Piscinas, no Centro de Saúde, e mais a própria movimentação dentro da cidade. A questão dos passeios que são estreitos e têm obstáculos, a questão dos lancis que são demasiado pronunciados, a questão das passadeiras que muitas vezes não tem os rebaixamentos necessários para a entrada e saída, os pavimentos são irregulares e complicados e isso são aspetos que acabam por intervir diretamente na funcionalidade e na autonomia das pessoas”, salienta.
Ouvidas as necessidades dos cidadãos, agora será elaborado um Plano para a Promoção da Acessibilidade no Município de Macedo de Cavaleiros mais rigorosos e adequado à reais necessidades dos munícipes.
Escrito por Onda Livre