Operação “carta-branca” detém 24 suspeitos de corrupção

Quatro examinadores do Centro de Exames de condução de Mirandela e o responsável de uma Escola de Condução, também de Mirandela, foram detidos ontem, no âmbito da operação denominada “Carta-branca”, desencadeada pela PJ de Vila Real.
A Polícia Judiciária deteve, ao todo, 24 suspeitos de corrupção, num esquema que envolvia diretores, sócios-gerentes de escolas de condução e examinadores.

Segundo a PJ de Vila Real, este foi o culminar de uma operação iniciada há cerca de ano e meio, e que põe fim a uma rede que operava na região norte que envolvia os centros de exames de Mirandela (centro privado) e de Bragança (centro publico) e diversas escolas de condução do norte do país.

O esquema consistia em conceder cartas de condução em troca de avultadas quantias em dinheiro que variava entre os 2.500 euros e os 7.500 dependente do défice cognitivo ou das deficiências de cada candidato.
Segundo a PJ de Vila Real, no esquemas estão escolas de vários concelhos nortenhos, Mirandela, Bragança, Torre de Moncorvo, Vila Real, Sabrosa, Murça, Alijó, Santa Maria da Feira, Viera do Minho e Braga, que concederam cartas de condução a varias centenas de condutores oriundos de vários pontos do país incluindo ilhas e ainda a estrangeiros.

A operação denominada “Carta-branca”, foi desencadeada pela Unidade Local de Investigação Criminal de Vila Real através de denúncias anónimas, e contou com a colaboração de investigadores da Diretoria do Norte e da unidade da Guarda.

A investigação da Polícia Judiciária durou cerca de um ano. As autoridades descobriram bens de luxo, propriedade dos examinadores.

Entre os quais moradias e propriedades,  carros de valores superiores a 100 mil euros.

Todos os pagamentos seriam feitos em numerário, o que permitia a fuga ao fisco e a perda do rasto do dinheiro.

Os detidos 21 homens e 3 mulheres vão ser presentes hoje à tarde e amanhã, ao TIC do Porto onde vão conhecer as medidas de coação adequadas a este crime.

Escrito por Onda Livre 

2 thoughts on “Operação “carta-branca” detém 24 suspeitos de corrupção

  1. Fui examinador durante 16 anos na Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Tábua, entidade que explora 4 centros de exame (Mirandela, Fundão, Tábua e Portimão), referenciada agora, pela 2ª vez, em escândalos de corrupção, envolvendo a primeira, no centro de exames de Tábua, 17 arguidos, entre examinadores, instrutores e donos de escolas, todos condenados em primeira instância, mas absolvidos no recurso apresentado para a Relação de Coimbra. Espero que, à semelhança desse processo, não seja também este uma “montanha a parir um rato”. Pela minha parte nada disto me surpreende. O que me surpreende é que fosse necessário tanto tempo para chegar a este resultado. Sobre o meu despedimento, foram aliás algumas das pessoas agora envolvidas neste processo que contribuíram, com suas pressões, para que tal acontecesse. Fui despedido em 2007, com base em acusações falsas (nada relacionado com corrupção) de ter trocado um percurso de exame. Fui reintegrado por ordem do tribunal. A entidade patronal fez-me a vida negra durante quase 3 anos, não me permitindo inclusive continuar a fazer exames, até que, com a acusação falsa de ter sido mal educado em uma reunião de trabalho e não ter em meu poder a credencial de examinador, voltaram a despedir-me. Para o efeito apresentaram colegas de trabalho como testemunhas, os quais conseguiram convencer o Juiz sobre a matéria de acusação . Pretendendo a reintegração, seguro de que a razão estava do meu lado e confiante nas previsões mais que optimistas do meu advogado, recusei 40 000 euros de indemnização na tentativa de acordo. Conclusão: saí com uma mão cheia de nada e uma revolta muito grande.
    Para concluir este meu desabafo, resta-me desejar que uma verdadeira e sempre adiada revolução no ensino e exames de condução, aconteça finalmente. Para já uma coisa é certa; noticias sobre corrupção nesta área de actividade, quer em centros de exame públicos, quer em privados, são acontecimentos que não param de aumentar. Até quando, pergunto eu…até quando?

    1. No Algarve, insistem tanto para que se faça exame em Portimão e só se mete “defeitos” no IMTT de Faro. Que o privado (Portimão) é mais fácil, é mais rapido… será verídica a situação? A minha irmã fez exame de condução em Portimão e passou à 1ª. Já a minha sobrinha foi 3 vezes a Portimão e nunca passou, além de lhe terem pedido dinheiro por debaixo da mesa… Terá o IMTT assim tantos “defeitos”?

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