A temida crise de que tanto se fala parece não afugentar os turistas que procuram um lugar no Nordeste Transmontano para passar uns dias de férias e descanso.
Os grupos hoteleiros de Macedo de Cavaleiros estão com lotação quase esgotada durante este mês.
Sejam portugueses ou estrangeiros, os hotéis estão com uma taxa de ocupação a rondar os 90 por cento.
Duarte Pinto, sócio gerente do Hotel Muchacho, assegura que o título das 7 Maravilhas Praias de Portugal, exibido pela Praia da Ribeira e o Geoparque são os grandes responsáveis pelo aumento do fluxo turístico.
“O mês de Agosto começou com a primeira quinzena muito mais forte do que no ano passado. O que influenciou isto foi talvez as 7 Maravilhas, influenciou positivamente porque ajudou a trazer muito mais gente. No ano passado esta coisa das maravilhas ainda estava um bocadinho em banho-maria, ainda não se sabia o resultado, este ano as pessoas já vêm com essa referência.
A questão do Geoparque já começa a mexer mas a grande motivação das pessoas para visitar é sobretudo por causa das 7 Maravilhas”, expressa o empresário.
Verifica-se uma maior taxa de ocupação mas uma menor receita por quarto.
O hotel de Duarte Pinto, onde o preço médio por quarto ronda os 50 euros mantém o preçário de há uma década e ao que refere os turistas ainda regateiam o valor final.
“Nós praticamos preços de há 10 anos. Não é por causa deste ascendente de turistas que elevamos o preço, antes pelo contrário. Com esta crise ninguém marca quartos sem procurar o mais barato, quer dizer, o que importa é o mais barato, não importam muitas vezes as condições”, refere.
“Há 10 anos era impensável chegar a um hotel e estar a regatear o preço, isso não se faz em lado nenhum. Muitas vezes faz-se em Trás-os-Montes porque ainda estamos vistos como o parente pobre de Portugal. Ninguém vai a Lisboa e regateia um quarto, ou no Algarve, e em Trás-os-Montes há muito esse vicio. As pessoas acham que nós ainda estamos desprovidos de tudo e então acham que podem chegar e fazer esse tipo de pedidos, que são quase impensáveis noutro sítio”, enfatiza.
Minho e Porto e Lisboa são as regiões do país de onde chegam mais turistas a Macedo de Cavaleiros.
A sócia gerente do Hotel Allendouro frisa que a Albufeira Azibo é o grande cartão-de-visita dos turistas que rumam a Macedo de Cavaleiros.
Marisa Allendouro revela que a sua unidade hoteleira está com lotação esgotada.
“Tenho tido desde o início do mês praticamente 100%. Nota-se que este ano houve mais procura. Vêm atraídas principalmente pelas praias do Azibo. Há muita gente que ouve falar de Trás-os-Montes, têm uma ideia um bocadinho errada da nossa zona e então vêm para conhecer e para ver o que a região pode oferecer, há muita coisa boa aqui.
“O Geoparque é uma mais-valia, pelo menos as pessoas vão para a barragem e têm o que fazer, têm atividades enquanto nos outros anos não. No ano passado tivemos azar porque não choveu, a praia não estava boa e as pessoas acabavam por marcar os quartos por uma semana e iam embora passado dois/três dias.”
Os portugueses não abdicam das suas férias e são o mercado com maior peso na hotelaria da cidade.
Marisa Allendouro verifica que a autoestrada transmontana funciona para a região como um pau de dois bicos.
“No resto do ano trabalhamos muito bem com vendedores. Os vendedores estão em vias de extinção, digamos assim, a autoestrada também não ajudou porque eles agora saem de casa de manhã e entram à noite.
“Enquanto antes ficavam dois ou três dias, e a autoestrada nesse aspeto não foi uma ajuda para nós”, salienta a empresária da hotelaria.
O que aumenta também nestes meses de verão são os postos de trabalho sazonais, em que no caso do Hotel Muchacho chega às oito pessoas.
As Unidades Hoteleiras de Macedo de Cavaleiros a evidenciarem bons indicadores de taxa de ocupação durante o mês de agosto.
Refira-se que no fim-de-semana, com o decorrer das finais do Campeonato Nacional de Voleibol de Praia, a taxa de ocupação dos hotéis da cidade atingiu os 100 por cento.
Fotos: Alustro
Escrito por Onda Livre