É nas imediações da igreja matriz de Comunhas, no concelho de Macedo de Cavaleiros, que se localiza a Capela Pascal, também denominada como casa de velório.
Esta obra é fruto da intervenção da Câmara Municipal de Macedo de Cavaleiros, que ajudou a Junta de Freguesia de Comunhas a reaproveitar um salão com pouco uso.
Duarte Moreno, presidente da Câmara de Macedo de Cavaleiros, foi descerrar a bandeira inaugural, e destaca que, além da dignidade na hora do velório, assim se responde a mais uma necessidade da população.
“É importante também por outro motivo. Cada vez a população está mais envelhecida. Nós não queríamos ter bênçãos de capelas, queríamos mais inaugurar campos de ténis, campos de futebol e coisas do género. Era sinal de que a nossa população estava a ser rejuvenescida e não envelhecida.
Mas, infelizmente, esta é a realidade que temos, e esta é também uma obra importante. Estava aqui um espaço desaproveitado. E, com mão-de-obra e dinheiro da Câmara Municipal, mais algum da Junta de Freguesia, fez-se aquela obra para a população de Comunhas.”
Também o pároco Sérgio Pera, que procedeu à bênção da Capela de Velório refere uma dignidade acrescida no derradeiro adeus.
“Sim, acabam de facto essas desigualdades.
Mas, sobretudo, cria-se um espaço onde se possam congregar as pessoas, onde possam estar reunidas em oração, e onde possam prestar as suas condolências de uma forma mais digna, num espaço que é propício à oração.”
Esta obra requereu poucos fundos monetários, dado o aproveitamento de espaço que foi feito, e ficou orçada em 8 mil euros.
Dados fornecidos pelo secretário da Junta de Freguesia de Comunhas, Carlos Pedro.
“Isto foi quase tudo feito com serviços da Câmara.
A obra rondará os 8 mil euros, não mais do que isso.
Isto foi o aproveitamento de um espaço que já existia, de um salão enorme que não tinha grande funcionalidade.
A Junta apenas pegou no espaço e tornou-o mais funcional, criando a Capela Pascal, um arrumo e uma casa de banho e um salão de convívio, que foi o restante do salão que tinha esta igreja.
Era um espaço que fazia falta, porque antes o velório era feito neste mesmo salão, onde não havia qualquer tipo de acolhimento.
Por isso mesmo a Junta decidiu, em acordo com a Comissão Fabriqueira, que era a dona do espaço, criar esta Capela Pascal, para tornar mais acolhedora a hora da partida dos nosso entes queridos.”
O dia escolhido para a bênção foi coincidente com o Dia de Nossa Senhora das Candeias, a padroeira da aldeia.
Dia de cortar as chouriças do fumeiro e de as provas, sendo conhecida como a “festa das chouriças”.
A população de Comunhas cumpriu a tradição, depois da bênção da nova capela.
Aprova não só as chouriças, como a obra que receberam, e que dizem fazer-lhes falta.
“Fazia, muita.
Porque às casas das pessoas de idade, que se degradam de ano para ano, era impossível que os entes queridos ficassem lá naquelas condições.”
“Muita falta!
Já há muitos anos que esta obra devia estar feita.
Faz falta para acolher os defuntos, que nem todas as casas têm condições.
E gostei muito deste convívio, estavam boas as chouriças.
Estão de parabéns as cozinheiras, e quem fez as chouriças também.”
A aldeia de Comunhas passa a ter uma Capela Pascal própria, e deixa de ter que se deslocar até Ferreira para velar os seus entes queridos.
No dia na “festa das chouriças”, tradição da aldeia de provar o fumeiro, foi destapada a placa da obra que custou cerca de 8 mil euros, e que vem aumentar a condignidade de quem se despede dos familiares e amigos pela última vez.
Escrito por ONDA LIVRE