Finalmente, após quase oito meses de ter ganho as eleições para a cadeira máxima da AFB, António Ramos viu o acesso ao cargo desbloqueado.
Depois de ser travado por imposição de uma providência cautelar, em tribunal ficou decidido que o ex-atleta, treinador e dirigente futebolístico tem toda a legitimidade para tomar posse, conforme ficou decidido por maioria.
Foi no dia 30 de janeiro a decisão acerca da providência cautelar que estava a travar o processo, que o futuro presidente considera vergonho. Apela a que, de uma vez por todas, deixem os integrantes da lista B assumirem os seus cargos.
“O processo peca por tardia.
Entretanto fez-se justiça duas vezes. Numa primeira fase foi aquando da eleição, em que a maioria dos clubes votou na lista B. E fez-se justiça judicialmente no dia 30 de janeiro, quando o tribunal considerou improcedente a providência cautelar apresentada pelo Desportivo de Bragança.
Foi essa providência cautelar que impediu a nossa tomada de posse enquanto vencedores do ato eleitoral do dia 8 de junho de 2013.
Eu tenho utilizado a máxima que a justiça tarde, é lenta, mas não falha. E nesse sentido alerto os responsáveis por este processo vergonhoso e ridículo que metam a mão na consciência, e que efetivamente deixem entrar a democracia e que deixem que a lista que venceu democraticamente em eleições, onde não houve irregularidade absolutamente nenhuma, tomar posse.”
O natural de Torre de Moncorvo fala de meses de angústia e de revolta, como homem ligado desde sempre à modalidade. Considera uma ingratidão para consigo e para com os membros da sua lista.
“No primeiro dia, quando foram divulgados os resultados à comunicação social, aos clubes e aos membros das listas, até frisei que era a minha cadeia de sonho.
Bem, se por ser a minha cadeia de sonho, tenho que passar por esta angústia, por estar revolta, deixa de o ser.
Como tive um percursos desportivo sempre ligado ao futebol, como profissional, treinador e dirigente, foi com grande angústia que passei este tempo, com insónia atrás de insónia, porque é revoltante. É uma ingratidão não só para com a minha pessoa, mas também para quem todos os elementos que pertenceram à lista vencedora.”
António Ramos tenciona trazer sangue novo à Associação, e, para além de cumprir o plano eleitoral que foi anunciado ao longo da sua campanha, quer acercar-se de pessoas de confiança e renovar as instalações.
“As nossas medidas vão ser basicamente aquilo que apresentamos no plano eleitoral.
Como a Associação está num vazio de pensamento e de atividade, a todos os níveis, vamos querer reorganizá-la.
Iremos começar com a reorganização administrativa, onde temos que quer, obrigatoriamente, pessoas da nossa confiança dentro desde processo.
Vamos reorganizá-la em termos de equipa de trabalho e equipa técnica, porque uma associação tem várias frações para trabalhar, e várias participações em vários torneios.
Queremos arranjar um espaço físico diferente, porque a dimensão que tem a Associação em relação com as infraestruturas físicas não são condignas nem se identificam com a atividade, que rege todo o futebol distrital.”
Ainda não há data marcada para a tomada de posse. Apenas se sabe que o tribunal deu um prazo de 30 dias para que a antiga direção renuncie aos seus respetivos cargos.
Depois de uma novela que se desenrolou ao longe de oito meses, António Ramos prepara-se para suceder a Jorge Nogueira, depois de ter ganho por maioria a corrida para a presidência da Associação de Futebol De Bragança, com 42 votos contra 35 da lista opositora.
Entretanto, Manuel Martins, presidente do Bragança, já informou que vai recorrer da decisão.
Escrito por ONDA LIVRE