Bastonário pede mais meios para a Unidade de AVC

“O sistema das Unidades de Convalescença está viciado”.

As palavras são do bastonário da Ordem dos Médicos que visitou, ontem, a Unidade Hospitalar de Macedo de Cavaleiros.

Lembro que a Unidade de AVC e a Ortopedia foram distinguidas com a atribuição de 3 estrelas, nível de excelência clínica, atribuídas pela Entidade Reguladora da Saúde.

José Manuel Silva alerta para a necessidade de melhorar a capacidade de resposta das Unidades de Cuidados Continuados, a fim de acabar com os prolongamentos de internamento desnecessários na Unidade de AVC de Macedo de Cavaleiros.

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“Há alguma dificuldade e constrangimento no acesso às unidades de convalescença e o sistema está viciado a esse nível.

As unidades de convalescença vieram aumentar os tempos de internamento pela insuficiência da resposta. E isso, obviamente, tem consequências negativas para os doentes. Muitos deles não conseguem aceder a tempo a essas unidades.

É preciso que o Ministério olhe com olhos de análise para esta situação, porque há aspetos que devem ser corrigidos e que vão para além daquilo que é apenas a capacidade de resposta quantitativa.”

O coordenador da Unidade de AVC de Macedo de Cavaleiros, Jorge Poço, confirma que há utentes que chegam a ficar uma semana internados à espera de vaga nas Unidades de Cuidados Continuados.

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“Mas isso aí não temos forma de contornar, porque se não houver vagas nas unidades de convalescença ou de média duração, temos que aguardar, e o doente permanece na unidade de AVC’s até poder ser transferido.

Pode às vezes chegar a uma semana o tempo que um doente está na unidade de AVC’s sem necessidade, e a ocupar uma cama.”

Segundo o responsável, a capacidade de resposta desta Unidade ronda os 45 por cento, tendo em conta que é a única numa região que está acima da média nacional no que toca a doentes com AVC.

O distrito de Bragança regista anualmente cerca de 500 casos.

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“Entre 40 a 45% que conseguimos ter aqui na unidade.

Penso que agora com o aumento desta cama, poderá aumentar para 55%. Embora seja só ua cama, marca a diferença.

Não pode haver mais camas porque os doentes exigem uma vigilância apertada e nem sempre temos o número de profissionais adequados para isso, nomeadamente médicos. Sabemos que aqui no interior há sempre falta disso.

Temos que gerir com algum cuidado. Não vale a pena pormos 20 camas se depois não conseguimos dar o apoio adequado.”

O bastonário da Ordem dos Médicos encerra hoje a visita de dois dias ao distrito de Bragança. Uma iniciativa da que vai percorrer o País para recolher testemunhos do estado da Saúde e elaborar um relatório para entregar ao Ministro da Saúde.

 Escrito por ONDA LIVRE