Empresas e população aguardam solução para o armazém que ardeu há um ano no Cachão

Mais de um ano depois do incêndio que destruiu um armazém de materiais para reciclagem, ainda há resíduos no Complexo Agro Industrial do Cachão, em Mirandela.

Os empresários e a população desesperam por uma solução e estão preocupados com o arrastar da situação. Queixam-se do mau cheiro, dos insectos e do fumo que ainda se sente devido aos frequentes reacendimentos.

Ana Paula Pires tem um lagar instalado no complexo. Afirma que esta situação  tem causado vários constrangimentos à sua empresa.

 

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“É um impato visual extraordinariamente negativo os nossos clientes, quando se aproximam. Perguntam sempre o que é que aconteceu ali. Neste momento, já começa a ser um bocadinho difícil de explicar, porque ao fim de um ano não podemos continuar a dizer que foi um incêndio e que ainda estão ali os restos. Depois todos os outros inerentes ao ambiente, à qualidade da água e às infiltrações.

Somos uma empresa certificada temos que obedecer a regras e manter as condições com aquilo por perto é duplamente difícil.”

 

 

Os moradores afirmam que não foi fácil suportar o odor durante todo o verão e receiam que os detritos possam trazer implicações para a saúde. “É uma vergonha ainda terem aquilo ainda ali. De vez em quando, ainda se vê lá o fumo, porque aquilo aquece e incendeia. Isto faz-nos muito mal”, conta um popular.

 O presidente da administração do Complexo Industrial do Cachão lamenta que ainda não se tenha conseguido encontrar uma solução para o problema e afirma não ter verbas para proceder à retirada do material. António Morgado acusa o proprietário da Mirapapel, empresa que detém o armazém em causa, de ter uma atitude “passiva” e “quase de gozo”.

Seria necessário desembolsar pelo menos 70 mil euros para pagar a remoção do material plástico, que só pode ter como destino uma incineradora.

No entanto, ainda na semana passada o eurodeputado do PCP João Ferreira visitou o complexo e constatou que o custo da remoção dos resíduos rondaria os 240 mil euros.

Um outro armazém no centro do complexo, cheio com o mesmo tipo de resíduos sólidos, pode também constituir um perigo. António Morgado diz mesmo que se trata de um barril de pólvora.

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“Há lá muito material para tirar e algum que está lá em outros armazéns que também tem que o tirar, porque está ali outro barril de pólvora se amanhã o que aconteceu se acontece nos outros armazéns aquilo vai ser uma catástrofe para a região não é só para o Cachão.”

As Câmaras Municipais de Mirandela e Vila Flor, accionistas do Complexo Industrial do Cachão remeteram explicações sobre a resolução do problema para a administração da empresa intermunicipal. Apesar de várias tentativas, não foi possível entrar em contacto com o gerente da Mirapapel.

 

Informação CIR (Rádio Brigantia)