Nos últimos dias, têm vindo a público vários casos de vacinação alegadamente indevida denunciados em vários pontos do país, por não estarem incluídos na lista de prioritários.
Agora há um outro caso, desta vez, o presidente da administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste, que gere os três hospitais e os 14 centros de saúde do distrito de Bragança.
Carlos Vaz confirmou que já foi vacinado e justifica que tinha orientações ministeriais:
“Não houve nenhuma que fosse dada de forma indevida, seguimos rigorosamente as orientações ministeriais.
Os prioritários foram todos vacinados, depois foram outros funcionários, seguindo as orientações do Ministério.
A administração, que também é composta por funcionários, foi vacinada em última linha depois dos prioritários.”
Refira-se que os membros do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Nordeste e mais cerca de quatro dezenas de funcionários trabalham num edifício da Praça Cavaleiro Ferreira, em Bragança, fora do ambiente hospitalar.
Em comunicado, a administração acrescenta que há uma “gestão rigorosa e transparente das vacinas contra a Covid-19” e que evita o desperdício atendendo aos prazos estipulados para a administração das mesmas”.
Destaca ainda que, até à passada sexta-feira, “foram já vacinados todos os profissionais de saúde que integram a ULS do Nordeste”, à exceção daqueles que se recusaram ou estiveram infetados com o novo coronavírus.
Também na Santa Casa da Misericórdia de Bragança há suspeitas de irregularidades no processo de vacinação. Segundo o jornal Público, os sete membros da direcção da instituição terão sido todos vacinados contra a Covid-19. Contatada a Misericórdia de Bragança não se quer pronunciar sobre o caso, dizendo apenas que “todo o processo decorreu dentro da normalidade e legalidade”.
Entretanto, a Procuradoria-Geral da República confirmou que foram instaurados nove inquéritos para apurar se houve vacinação indevida, sendo um deles referente a factos ocorridos numa instituição de Bragança.
Nesta primeira fase de vacinação contra a Covid-19 a estratégia é vacinar profissionais de saúde envolvidos na prestação de cuidados a doentes, profissionais das forças armadas, forças de segurança e serviços críticos, profissionais e residentes em estruturas residenciais para pessoas idosas, instituições similares e profissionais e utentes da Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Nesta segunda-feira, arrancou também a vacinação de pessoas com 50 ou mais anos com insuficiência cardíaca, doença coronária, insuficiência renal ou doença respiratória crónica sob suporte ventilatório e/ou oxigenoterapia de longa duração.
INFORMAÇÃO CIR (Terra Quente FM e Rádio Brigantia)